terça-feira, 1 de março de 2016

A Educação no Brasil


Aproveitando o momento que passam as escolas públicas, qual é a sua opinião sobre a educação no Brasil? O que se faz necessário para nosso país avance nesta área?

28 comentários:

  1. Acredito que apenas com a real avaliação da aprendizagem do aluno conseguiremos avançar. Ficamos apenas passando o problema pra série seguinte até que o aluno acabe os anos obrigatórios. Não basta eu, você e mais alguns professores "reprovarem", o sistema tem que abraçar essa ideia. A cada vez que diminuímos o nível das aulas e avaliações, limitamos as chances dos alunos progredirem verdadeiramente. É uma bola de neve que só será desfeita om empenho, comprando a briga.Projeto a longo prazo. Mas que precisa começar.

    ResponderExcluir
  2. Desde a década de 80, os governos Federais, Estaduais e Municipais, vem realizando avaliações institucionais na escola e seus ¨atores¨ objetivando o controle dos recursos e a distribuição dos mesmos na escola, desde então tenta-se diminuir a repetência e a evasão e a universalização do ensino em todos os níveis.Muitos cursos de qualificação e ¨bõnus¨foram oferecidos aos profissionais, sem um aumento real e justo diante das crises ecônomicas que vem assolando o mundo nos últimos tempos.Os profissionais foram cada vez mais ¨cobrados¨no desempenho de suas funções como docentes e até mesmo como gestores(conselhos escolares).Nas últimas décadas a escola sofreu um sucateamento de seus recursos, ficando muitas escolas sem condições mínimas de funcionamento.Os índices coletados pelo MEC e outros orgãos internacionais demonstram que a universalização do ensino sem condições de trabalho comprometem a construção do conhecimento.As verbas repassadas têm sido insuficientes para suprir as necessidades da mesma e os profissionais mostram-se desmotivados diante de tal realidade.O que fazer?Na minha opinião, um comprometimento real por parte do governo em instrumentalizar a escola e seus profissionais, dando-lhes condições dignas de trabalho e aumento salarial real para que o mesmo possa sobreviver, pois a profissão de professor não é apenas sacerdócio e oferecer a comunidade escolar( aqueles que são atendidos pela escola), se for necessário, atendimento social e de saúde,pois ¨credita-se¨a escola a função de mobilidade social e elevação do ¨status quo¨de seus discentes.

    ResponderExcluir
  3. Acredito que hoje não há uma parceria adequada entre pais e professores como havia no passado. Vejo muitos “culpando” os professores pelo dito fracasso da educação brasileira nos últimos anos. Mas como? Se nas estatísticas o país só aparece crescendo no que diz respeito à educação.
    Se os pais não conseguem entender que sem sua participação esta aritmética não fecha, estaria no campo do milagre dizer que tais estatísticas são verdadeiras. O que quero dizer é que existe a necessidade da parceria citada acima.
    Para eles, a educação dos filhos não se baseia no aprendizado dos exemplos dados pelos pais.
    Que esta educação seja prioritária e ajude a resolver os outros problemas de uma sociedade como a brasileira parece lógico. No entanto, não se pode pensar que a sua deficiência depende somente das autoridades. Ela começa com os próprios pais, que não podem simplesmente terceirizar esta responsabilidade.
    Para que haja uma mudança neste quadro é preciso que a sociedade como um todo esteja convencida que todos precisam contribuir para tanto, inclusive elegendo representantes que partilhem desta convicção e não estejam pensando somente nos seus benefícios pessoais.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caros colegas,

      a educação no Brasil é um direito social e um bem público. A Constituição Federal a proclama a educação como direito de todos, dever do Estado e da família. A um só tempo, a educação representa tanto um mecanismo de desenvolvimento pessoal do indivíduo, como da própria sociedade em que ele se insere.
      O direito à educação está inserido no contexto dos direitos sociais, econômicos e culturais, no âmbito dos direitos fundamentais e, por pertencerem a esta categoria, determinam uma atuação/ação do
      Estado. Ação esta que não consiste somente na criação de vagas, mas na garantia de acesso, permanência e de condições adequadas para os estudos.
      Diante do preceito constitucional, verifica-se que a educação não é prioridade, pois valorizar a educação é oferecer condições de aprendizado, buscando a formação do cidadão consciente, que contribui para a paz e o entendimento entre e os povos; do cidadão produtivo economicamente e culturalmente, que favorece o desenvolvimento da sua comunidade, de seus cocidadãos e de si próprio.

      Abçs, Silvia

      Excluir
  4. A educação é de fato um processo natural, que se dá com a pessoa natural. Já nascemos aprendendo e sabendo uma infinidade de coisas importantes. A aprendizagem é um fenômeno natural. A educação deve preparar a pessoa para promover a harmonia, a compreensão, a tolerância e a paz na sociedade. A educação não é um produto que se encontra nas prateleiras dos supermercados, mas é a transmissão de culturas e conhecimentos que recebemos e retransmitimos todos os dias.

    A educação não é mérito de um único professor ou de uma única escola, mas é o objetivo de todo docente e de toda comunidade escolar. Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela. Para aprender, para ensinar, para aprender e ensinar. Para saber, para fazer ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação.
    Apesar de todos os aspectos negativos que envolvem a classe docente, ser professor deve ser muito mais um dom que a própria dor. Ser professor hoje é viver intensamente o seu tempo com consciência e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para a humanidade sem educadores. Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimento e em consciência crí­tica, mas também formam pessoas.

    ResponderExcluir
  5. Olá, pessoal.

    De fato, questão muito pertinente no momento em que nos encontramos atualmente, pois de fato, estamos na busca por melhorias do sistema educacional do Estado do Rio.
    Segundo relatório da UNESCO (2012), a educação se faz com quatro pilares básicos, que seriam: aprender a conhecer (adquirir instrumentos de da compreensão), aprender a fazer (para poder agir sobre o meio envolvente), aprender a viver juntos (cooperação com os outros em todas as atividades humana), e finalmente aprender a ser (conceito principal que integra todos os anteriores). Estas quatro vias do saber, na verdade, constituem apenas uma, dado que existem pontos de interligação entre elas.
    Complementando as questões ligadas ao aprendizado, temos a família como meio fundamental para o processo de ensino-aprendizagem e elo de ligação primordial para a construção do conhecimento e meio facilitador das relações escola-aluno.
    Por fim, temos a Constituição Federal que garante acesso a educação a todo cidadão. Entretanto, não basta apenas garantir que matrículas sejam feitas e não oferecer condições adequadas para que o aluno permaneça no ambiente escolar. Assim, faz-se necessário um maior investimento e uma grande mudança nas políticas públicas de educação, bem como a valorização dos profissionais da área.

    ResponderExcluir
  6. A melhoria da educação depende de esforços políticos que estão muito aquém da realidade. É bem verdade que a transformação deve começar dentro de casa, no acompanhamento da vida escolar do educando, estreitando cada vez mais esta relação. Outro fator importante é a valorização do professor, profissão esta que é a base para todas as outras profissões e que, no entanto, não é respeitada nem valorizada como merece. Achei muito profundo o que a colega JOYCE escreveu:"Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimento e em consciência crítica, mas também formam pessoas"

    ResponderExcluir
  7. Ao ingressar no magistério, eu tinha aquela visão romântica e vendida pela mídia de que, com amor, "fazemos" educação. E com o passar do tempo, me tornei cada vez mais pessimista e desesperançosa. Por mais força de vontade que eu tenha,aprendi que não posso promover uma transformação na educação sozinha.Enquanto o governo não tratar a educação como prioridade, teremos cada vez mais uma população semianalfabeta, ignorante e despreparada para o mercado de trabalho. A escritora Lya Luft costuma escrever muito sobre o tema. A seguir, está um de seus textos.
    http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/feira-livre/educacao-reprovada-um-artigo-de-lya-luft/

    ResponderExcluir
  8. Investimento na área é um dos fatores principais, para que possamos ter uma educação de qualidade em nosso país. Vejamos o exemplo do Rio de Janeiro, nas atuais circunstâncias. Infelizmente, não estamos sozinhos nessa luta. Muitos estados da região Nordeste do país passam por situações semelhantes ou até piores em termos de qualidade de ensino. Exemplo disso são as escolas de palafitas e os alunos tendo que andar quilômetros para chegar à escola ou vão em transportes precários, sem nenhuma segurança. É óbvio que isso reflete diretamente na aprendizagem.
    Esse investimento é nos salários dos profissionais da educação, para que possam ter condições financeiras de se especializarem cada vez mais; na infraestrutura das escolas e alimentação dos discentes.
    Tudo está relacionado e reforço o que a Nídia disse anteriormente e que é de conhecimento de todos: enquanto a educação não for prioridade em nosso país estaremos sempre a um, dois, três... passos atrás dos países, como a Suécia, que avançam a passos largos nesse caminho.

    ResponderExcluir
  9. Acredito que para melhorara a educação precisa de um melhor relacionamento entre pais e professores e principalmente de um governo que queira de verdade melhorar a educação do nosso País.
    Que a educação não seja somente setor de prioridade na hora deles estarem na televisão fazendo campanha, pois todos falam que a mesma vai ser prioridade no seu mandato e vai mudando governo, nós vemos que nada que foi dito é verdade. Na minha opinião para melhorar a educação seja necessário valorizar os instrumentos importantes para que o mesmo aconteça, que somos nós profissionais e alunos.

    Suelen Fernandes

    ResponderExcluir
  10. Muito ruim, o governo nem presta atenção em como está a educação no Brasil, e ainda falam que está boa. Mas se realmente tivesse, muitos jovens não largariam os estudos. muitas escolas não tem professores. Falta segurança, qualificação infra estrutura, investimento... para ter uma educação de qualidade em ensino fundamental é necessário pagar.
    Para melhorar tem que ter muito mais investimento na área da educação, mudança na forma de ensino e na forma de avaliação.E principalmente extinguir as três recuperações.

    ResponderExcluir
  11. Discutir a Educação no Brasil é um desafio complexo, exige uma visão global sobre a realidade social, econômica e, sobretudo, política do país, afinal, há uma infinidade de abordagens possíveis sobre os nossos dilemas educacionais. Não basta centrar nossos olhares para a escola, alunos ou professores, uma leitura razoável sobre nossa educação requer analisar todos esses fatores e muito outros de modo integrado.

    Poderíamos discutir o modelo de educação que adotamos ou estamos construindo, a infraestrutura das nossas escolas, a importância da gestão participativa e democrática, a formação e as condições de trabalho do professor, o sistema de avaliação, a integração família-escola, dentre outros temas relevantes, ainda assim seria insuficiente para dar conta de todos os nossos desafios, tendo em vista a diversidade do nosso sistema educacional a começar pela coexistência de sistemas público e privado de ensino como sérias diferenças entre os sistemas públicos de ensino municipal, estadual e federal.

    Precisamos de uma reforma educacional no Brasil?
    Por onde começar?
    Quais são as prioridades?

    Questões delicadas, difíceis de responder, porém essenciais para o avanço da qualidade do ensino ofertado no Brasil.

    ResponderExcluir
  12. Discutir a Educação no Brasil é um desafio complexo, exige uma visão global sobre a realidade social, econômica e, sobretudo, política do país, afinal, há uma infinidade de abordagens possíveis sobre os nossos dilemas educacionais. Não basta centrar nossos olhares para a escola, alunos ou professores, uma leitura razoável sobre nossa educação requer analisar todos esses fatores e muito outros de modo integrado.

    Poderíamos discutir o modelo de educação que adotamos ou estamos construindo, a infraestrutura das nossas escolas, a importância da gestão participativa e democrática, a formação e as condições de trabalho do professor, o sistema de avaliação, a integração família-escola, dentre outros temas relevantes, ainda assim seria insuficiente para dar conta de todos os nossos desafios, tendo em vista a diversidade do nosso sistema educacional a começar pela coexistência de sistemas público e privado de ensino como sérias diferenças entre os sistemas públicos de ensino municipal, estadual e federal.

    Precisamos de uma reforma educacional no Brasil?
    Por onde começar?
    Quais são as prioridades?

    Questões delicadas, difíceis de responder, porém essenciais para o avanço da qualidade do ensino ofertado no Brasil.

    ResponderExcluir
  13. A educação brasileira para avançar precisa ser encarada como prioridade pelos governantes. Há de se fazer dela uma política de estado para que a longo prazo possamos colher bons frutos.
    Professor Julio

    ResponderExcluir
  14. Uma grande nação pode prescindir de grandes territórios ou de riquezas naturais, mas não prescindirá jamais de sua gente e esta somente será valorizada se for bem educada. Tal máxima explica porque países como Alemanha ou Japão, com tão pouco território, recursos naturais e que nunca tiveram grandes impérios coloniais para explorar e assim gerar riquezas para estas metrópoles, figurarem entre as principais economias do mundo.

    No caso brasileiro, vários fatores contribuíram ao longo da história para que no campo educacional, a despeito da existência de instituições renomadas e iniciativas bem sucedidas em diversos pontos do país, ainda apresentemos um cenário pouco auspicioso.

    A gênese desse quadro pode ser analisada a partir da era colonial. A ocupação efetiva do território que hoje é o Brasil começa na segunda metade do século XVI, justamente quando Portugal começa a perder o protagonismo que desfrutou ao longo dos séculos XIV e XV, a Era das Grandes Navegações. Ou seja, quando este vasto território começa a ser ocupado já estava sob o controle de uma nação periférica.

    Outro fator, não menos importante, é o fato de que a nossa metrópole ser um país quase despovoado e totalmente católico, sem problemas relacionados com disputas religiosas. Dessa forma o Brasil, ao contrário do que ocorreu com os Estados Unidos desde o XVII, não foi pensado como uma colônia de povoamento, ou seja, uma opção para milhares de famílias que viviam sob grave risco em suas metrópoles conturbadas por violentas disputas relacionadas com a Contra Reforma, como acontecia no Reino Unido, Holanda ou França.

    Um fator adicional, mas de certa relevância foi o clima: desde o século XVI, para o europeu, a imagem do trópico passava a ideia do desconhecido, do misterioso, do perigoso. A exuberância da paisagem e a temperatura elevada, aliada com a existência de doenças tropicais, desestimulava a vinda em massa de famílias. A guisa de comparação, os Pilgrims, primeiros europeus que chegaram com suas famílias aos Estados Unidos e Canadá, encontraram na região da Nova Inglaterra e Terra Nova, Nordeste da América do Norte, paisagens e clima similares aos que deixaram em seus países de origem.

    Assim, para o Brasil vieram, sobretudo, homens, muitos dos quais sem intenção de aqui permanecerem e que rapidamente se mesclaram com os povos originários e, posteriormente, com a população negra escrava, fator fundamental para a formação do povo brasileiro e hoje motivo de grande orgulho nacional, a marca de nossa originalidade e criatividade.

    Porém, há um ônus nesse processo evolutivo: ao contrário do que acontecia no hemisfério norte onde desde meados do século XVII e início do século XVIII foram criadas as primeiras instituições, a maioria das quais laicas, dedicadas à educação da população que nascia no Novo Mundo, no que seria mais tarde o Brasil a única opção de formação acadêmica para a pequeníssima elite branca que se formava era seguir para a Europa. Basta lembrar que as primeiras

    instituições de Ensino Superior no Brasil nasceram após a independência, no século XIX: dois cursos de direito, um em Olinda e outro em São Paulo.

    ResponderExcluir
  15. Assim, com dois séculos de atraso, teve início, ainda que timidamente, a história da formação acadêmica no Brasil.

    Ao longo do Império, de modelo escravista, bem como da Primeira República, dependente da exportação do café e da extração da borracha, as iniciativas relacionadas com a educação sempre foram insuficientes para um avanço expressivo do país nesse campo.

    Só após o final da Primeira República, na década de 30 do século XX, com a chegada de Vargas ao poder, surgem, efetivamente, as primeiras universidades no Brasil, iniciativas muito tardias mas, também, da maior importância em nossa história.

    Dessa forma, não seria equivocada a afirmação que a educação no Brasil só passou a ser levada a sério e, infelizmente, apenas em alguns âmbitos, há menos de 80 anos. Também não seria errado admitir que o governo federal sempre tratou a Pasta da Educação, tanto em períodos democráticos quanto nos ditatoriais, sem a devida importância, sacrificando o seu orçamento em detrimento de outras prioridades das outras pastas.

    É importante lembrar que o Brasil é uma nação periférica e tradicionalmente dependente da venda de comodities, cujos preços oscilam ao sabor dos interesses dos mercados internacionais, causando enormes danos à economia que se refletem na moeda e permanente endividamento, tornando o país refém e dependente das nações centrais USA e Japão. Portanto, a necessidade de adaptar-se a esta política econômica internacional traz a necessidade de cortes orçamentários que acabam sendo feitos em campos menos essenciais sob o ponto de vista do imediatismo, da constante necessidade de apagar incêndios, trazendo consequências nefastas às atividades relacionadas com a Educação no Brasil, sempre as primeiras preteridas em qualquer planejamento econômico.

    Reflexo do exposto acima é que o percentual destinado à Educação no Brasil é historicamente bastante menor que o desejável e necessário para que ocorram, efetivamente, melhorias quantitativas e qualitativas, tanto no acesso à população, sobretudo a de baixa renda, quanto na consolidação dos institutos de pesquisa e, também, na formação, especialização e devida valorização dos corpos docentes em todos âmbitos.

    Portanto, tanto em período de plenitude democrática, de 1945 até 1964 e de 1990 ao momento atual, como na ditadura, de 1964 a 1990, a Educação nunca recebeu do governo central a atenção que merecia e necessitava. Nesse cenário tão pouco estimulante não há como negar os danos causados no período ditatorial quando o Brasil perdeu para outros países inúmeros educadores brilhantes, cuja atuação e contribuição poderia ter garantido, hoje, 2016, uma condição ao menos um pouco melhor do que a existente no campo

    da Educação do Brasil do ensino elementar aos centros de excelência e pesquisa.

    Enfim, o cenário atual reflete em cores muito vivas os nossos mais de 400 anos de história, onde a geopolítica internacional que nos coloca na periferia do mundo, subordinado aos ditames das nações centrais e consequentemente à realidade imposta pelo jogo da dinâmica econômica e política onde a educação nunca é prioridade, e despreza assim o mais valioso dos patrimônios de uma nação: a formação de seu povo e, evidentemente, de seu futuro.

    Resta assim uma luta incessante, perpétua e sem perspectivas claras para o futuro que envolve todo o universo da Educação, dos mais altos dirigentes a todos os corpos docentes conscientes, a quem cabe o árduo trabalho de tentar conscientizar a população - sem poder contar com a grande mídia, que poderia ser um formidável instrumento, mas para quem essa luta nunca foi importante ou ao menos oportuna - no sentido de tentar sensibilizar os nossos governantes, em qualquer esfera, para que estes passem, enfim, a tratar a Educação no Brasil com a importância que ela merece. Por Eduardo Lopes.

    ResponderExcluir
  16. A educação brasileira passou por grandes transformações nas últimas décadas, que tiveram como resultado uma ampliação significativa do número de pessoas que tem acesso a escolas, assim como do nível médio de escolarização da população. No entanto, estas transformações não têm sido suficientes para colocar o país no patamar educacional necessário, tanto do ponto de vista da eqüidade, isto é, da igualdade de oportunidades que a educação deve proporcionar a todos os cidadãos, quanto da competitividade e desempenho, ou seja, da capacidade que o país tem, em seu conjunto, de participar de forma efetiva das novas modalidades de produção e trabalho deste fim de século, altamente dependentes da educação e da capacidade tecnológica e de pesquisa.
    Não é possível resolver o problema da pobreza apenas abrindo escolas. Mais da metade dos recursos do Ministério da Educação é aplicada no ensino superior, o que contraria a Constituição Federal, que dá prioridade ao combate ao analfabetismo e ao ensino fundamental. As prioridades do sistema educacional devem ser: diminuir a repetência nas escolas, ampliar o acesso ao segundo grau e melhorar a qualidade do ensino. Para tanto é preciso treinar professores, melhorar seus salários em função do desempenho e prestar assistência ao estudante com merenda escolar e material didático. A administração pública deve usar melhor os recursos disponíveis, privilegiando as regiões mais pobres e dando apoio as estados e municípios.

    ResponderExcluir
  17. A minha demora em comentar sobre este assunto foi devido ao receio sobre o que devo dizer. Para mim este tema é muito mais complexo do que pensamos quando apontamos medidas de pequeno impacto.Todo problema deve ser resolvido tratando da sua raíz. Não adianta tratarmos a superfície se não mexermos na parte mais funda onde fica a causa do mal. E, todos sabemos que a Educação no nosso país está debilitada.
    Então, o que fazer? Podemos fazer alguma coisa? Digo que sim e digo mais: Não é nada fácil. Mas, o que é fácil e de valor nessa vida? Nada! Se queremos alguma mudança será necessário grande sacrifício. Quando digo grande, não fantasio; sou bem realista.Aquilo que pensamos ser sacríficio Aida pode não ser.
    Vivemos durante muitos anos sob governos que, ao meu ver tem um grande interesse na Educação sim. Mas, não para o que pensamos, e sim para o contrário. No entanto, acredito que temos um poder, ainda que indireto, mas de grande eficácia sobre uma real mudança na construção dos valores da Educação da nossa nação.

    ResponderExcluir
  18. A educação no Brasil deveria ser pública e de qualidade, refletindo a justiça social. É apenas através da educação, pública e de qualidade, que alcançaremos a tal justiça social. E ficamos nesse círculo vicioso. Enquanto grandes conglomerados são donos de escolas e faculdades particulares, lucrando rios de dinheiro, a rede pública de ensino padece com o descaso de sucessivos governos. Nunca há verba porque não é prioridade e não é prioridade por motivos políticos e classistas muito claros. Entendo essa divisão entre a rede pública e a particular como algo extremamente nocivo, pois é uma educação que não forma cidadãos, que apenas perpetua a luta de classes. Se os filhos da classe dominante estudassem em escolas públicas, será que elas seriam tão sucateadas, será que haveria dinheiro para pagar o salário dos professores? Essa é uma pergunta que nos fazemos diversas vezes. Não consigo engolir essa lógica fabril na educação (lembram-se da propaganda da Prefeitura do Rio?): não formamos indivíduos, apenas peças de engrenagem para manter funcionando a grande máquina capitalista, com a desculpa de que estamos preparando nossos alunos para o mercado de trabalho. "Se você não estudar, não vai arranjar um bom emprego!". Olhando para a História da educação no Brasil, percebemos que o direito à educação sempre foi de poucos e que nossos grandes mestres e pensadores da área sempre defenderam uma educação igualitária. Sigamos nessa empreitada. Cabe a nós, professores da rede pública, defendermos a educação pública, não só pelos nossos interesses e dos nossos alunos, mas também para a construção de uma sociedade mais justa. E a pergunta que fica: quem lucra com tudo isso? (aquele comercial da Anhanguera martelando na cabeça: "sem crise"). Quem paga, não deveria. Educação não é mercadoria. É direito. Não é privilégio. É DIREITO!

    ResponderExcluir
  19. Essa é a pergunta mais difícil feita nesse blog até hoje, e eu não vou me colocar aqui na missão de respondê-la. Pelo menos não integralmente. A minha resposta ideal encontra em Paulo Freire a sua bandeira. O que precisa para a educação do Brasil melhorar? Respondo: autonomia! Uma educação para a autonomia é libertadora! Uma pedagogia da autonomia cria cidadãos livres, não máquinas de repetir tabuada. Uma escola autônoma cresce e floresce, não vive à mercê da burocracia, ou da burrocracia.

    Minha resposta poderia ser desdobrada em algumas ações:

    1. Eleição para Direção Escolar
    2. Grade curricular ampliada e optativa
    3. Grêmios empoderados
    4. Salários bem pagos aos profissionais da educação
    5. Fim da obrigatoriedade das avaliações externas
    6. Fim do Ensino Religioso nas escolas
    7. Participação estudantil nas decisões da escola
    8. Maior investimento dos Estados e Prefeituras nas escolas e maior investimento estadual e federal em pesquisa, nas universidades
    9. Combate à privatização da educação e à terceirização de funcionários, em todos os níveis da educação
    10. Manutenção das políticas afirmativas que colaboram para o acesso e a permanência dos mais pobres na educação básica e na universidade.


    ResponderExcluir
  20. Acredito que é uma pergunta muito complexa, visto que a solução para este problema perpassa pelas áreas econômica, política e, sobretudo, social. Para que o Brasil avance na área de educação, creio que, em primeiro lugar, tal questão vire uma luta, uma campanha de todos os brasileiros. Infelizmente, educação não é uma prioridade neste país e não recebe a atenção que requer. A sociedade deveria ir às ruas fazer manifestações com a mesma vontade que o impulsiona a defender político A ou B. É de suma importância a luta por melhores condições nas escolas; por um ensino de qualidade e de acordo com o que é exigido do aluno no mundo globalizado; por investimento em material e equipamentos de última geração nas escolas; por uma boa alimentação aos alunos; e principalmente valorização da carreira do professor.

    ResponderExcluir
  21. A educação ser prioridade para todos. Não adianta apenar colocarem todas as crianças na escola. E depois disso? O que se faz? Todos devem participar ativamente disso. Governo, responsáveis e educadores deveriam estar unidos nessa jornada.

    ResponderExcluir
  22. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  23. É conhecido por todos e mostrado pelos rankings internacionais de educação que a educação básica (que compreende no Brasil a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio) sofre no país de problemas crônicos. O país frequentemente se encontra nas últimas colocações em rankings de educação. Para mudar esse quadro, penso que várias medidas são prementes. Não somente o aumento de investimento no setor, mas mais importante que isso - a boa gestão de recursos. Na educação pública de nível básico no Brasil é investido pouco e mal. É com frequência que o dinheiro tirado compulsoriamente do bolso dos pagadores de impostos para a garantia de "educação gratuita" (como se existisse alguma coisa grátis) é desperdiçado pela ineficiência de burocratas (esses seres que existem para atrapalhar a vida de quem realmente produz e trabalha) e maus gestores. Os mais penalizados são as famílias mais pobres que muitas vezes não possuem recursos para pagar duplamente, pelo serviço estatal e privado, para garantir a boa educação dos filhos. Tudo isso contribui para distorções sociais, uma vez que famílias com mais recursos (financeiro, com mais estudo...) vão dar um jeito de colocar os filhos em boas escolas. Também há décadas que o magistério é sucateado e desprestigiado pelo governo. Muitos dos alunos mais talentosos de universidades mudam de curso para não terem de passar pelo magistério. Ou quando podem o evitam. Dentre outras coisas que poderiam ser acrescentadas vejo a falência do modelo da pedagogia do oprimido, que vê a educação como luta de classe, alunos como se não fossem sujeitos racionais autônomos e responsáveis. Modelo que os vê como eternas vítimas sociais. Sem dúvida boas condições materiais são fundamentais para o desenvolvimento de uma boa educação e formação de sujeitos críticos atuantes na coisa pública, mas tudo não se reduz ao social. O desenvolvimento de qualquer competência também envolve questões subjetivas, além de materiais como: dedicação, esforço, ambição. Essas condições subjetivas constituem condição 'sine qua non' para sujeitos de qualquer classe social se desenvolverem. Vejo ainda como decorrência desse modelo ser comum alunos escolherem não prestar atenção à aula, fazer exercícios, ou não estudar para uma prova por saberem que muitas vezes não precisarão se esforçar para ter a aprovação garantida. Ela ocorrerá mesmo sem o domínio dos rudimentos básicos para dar prosseguimento à próxima etapa escolar. Por mais que se possam ter problemas sociais somos sempre responsáveis por nossas escolhas subjetivas e por suas consequências. Por fim, discordo da narrativa do texto citado acima de que um dos problemas da educação do Brasil é ter sido colônia de exploração, por exportar commodities e do capitalismo. A Austrália inicialmente foi uma colônia onde eram levados prisioneiros ingleses e é exportadora de commodities, mais dependente delas que de produtos de valor agregado. Entretanto tem IDH altíssimo, níveis de educação muito altos. O que a Austrália tem que o Brasil não tem? E que aliás ela compartilha com países como Cingapura, Hong Kong e Coréia do sul, os três primeiros no ranking de educação da (OCDE) de 2015? Todos também estão no topo dos rankings de liberdade econômica. Aliás, há 50 anos atrás a Coréia do sul era um país miserável e mais pobre que o Brasil.

    ResponderExcluir
  24. A educação deveria ser prioridade no Brasil, mas infelizmente não é.
    Os políticos brasileiros descobriram há muito tempo que povo sem cultura é facilmente manipulável e, por tanto, não tem interesse na solução dos problemas na educação. Isso é fato! Tudo que se tem feito a respeito é pura demagogia.

    ResponderExcluir
  25. Preceitua a nossa Carta Magna no art. 6º. "São direitos sociais a EDUCAÇÃO, a sáude...". Que educação? Estão sucateando o direito das nossas crianças. Quando o professor é desrespeitado em sala de aula, agredido por alguns alunos, ninguém toma providência. Passeatas pleiteando melhores condições de trabalho, salas de aula com um número razoável de alunos, para que o professor possa dar melhor atenção a esses alunos. Quando reivindicam melhores salários. Como são tratados? Qual será o destino dessa educação? Há muito tempo a educação passou a ser insignificante.

    ResponderExcluir
  26. Respeitando o professor dando-lhe autonomia, um bom plano de cargos e salários e investindo em sua qualificação, teremos professores motivados com aulas motivadoras e como consequência alunos recebendo ótimas aulas tornando se seres pensantes e que por fim transforme uma comunidade.

    ResponderExcluir
  27. Acho que a palavra de ordem seria respeito... Pois atualmente estamos vivendo um momento de total desrespeito tanto com os professores e demais profissionais envolvidos com a escola como com os alunos, com a falta de estrutura, de suporte e até mesmo de salários dignos...
    Repensar também as formas de avaliação e de aulas, dando uma maior autonomia as escolas e professores, também seriam de grande valia para o avanço da educação.

    ResponderExcluir