Somos aquilo que recordamos", conceitua Iván Izquierdo, professor de Neuroquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele dá um exemplo: nenhum texto é compreendido se não se lembra o significado das palavras e a estrutura do idioma utilizado. Tudo isso precisa estar registrado no cérebro para ser resgatado no momento oportuno.Uma possível estratégia relacionada a recordar a ser usada em sala de aula passa pelo mecanismo da emoção. Os sentimentos regulam e estimulam a formação e a evocação de memórias. São eles que provocam a produção e a interação de hormônios, fazendo com que os estímulos nervosos circulem mais nos neurônios. Graças a esse fenômeno cerebral, é mais fácil para uma criança lembrar-se do processo de fotossíntese se ligar esse conteúdo de Ciências a uma planta que tem em casa ou à árvore em que costuma subir quando está em férias na casa da vovó.
Qual a sua opinião sobre o extrato de texto acima e como você o relaciona ao seu trabalho em sala de aula?
Quando o aluno vai para a escola o seu objetivo maior é receber conhecimento. Este “receber conhecimento”, na maioria das vezes, tem caráter tradicional onde o professor fala e o aluno escuta e anota para mais tarde estudar em casa. Ao estudar suas anotações conclui que muitas explicações foram dificílimas de se entender e muito fáceis de serem confundidas ou até mesmo esquecidas.
ResponderExcluirO professor ao preparar sua aula deve propor situações problemas, dentro do assunto em voga, de forma que os alunos possam pensar, raciocinar e criar situações novas para solucioná-los.
Este recurso faz com que o professor trabalhe com o emocional dos alunos. Não deve, de forma alguma, este tipo de atividade ser avaliada através de nota. Isto poderia comprometer a espontaneidade do aluno em se manifestar. Há não muito tempo atrás, nas provas aplicadas pelo professor para avaliação de conhecimento, este exigia que a resposta dada fosse exatamente da forma como estava no livro. Se por ventura o aluno respondesse de maneira diferente, talvez até por insegurança do próprio professor, este considerava errada a resposta e lhe era atribuída nota “vermelha”. Não havia uma preocupação do professor em tentar entender o raciocínio usado. Com este tipo de comportamento a criatividade das crianças era castrada. Havia aqueles mais audazes que por terem convicção do que estavam fazendo tentavam argumentar, mas ao invés de serem ouvidos eram punidos por indisciplina e muitas vezes rotulados como crianças com “problemas de aprendizagem”.
Sua colocação foi perfeita, Amanda!
ExcluirBeijos, Tereza!
Na verdade não temos que valorizar a memorização como principal instrumento para o bom funcionamento do maior objetivo, pois dependendo do caso, podemos ter resultados "estranhos" principalmente no fundamental, digo ainda na formação de pensamentos. Veja o caso, por exemplo, de uma pergunta na área de Geografia quando quero saber o que é uma depressão (baixadas ou bacias no formato de cuias) e o aluno me responde que é aquela doença que minha mãe tem e toma remédio.
ResponderExcluirNa verdade ele esta expressando o que ele tem memorizado, daí entrar o professor mudando com a explicação sobre o relevo.
Se aprendizagem for conceituada como toda nova reorganização que tem caráter de permanência e disponibilidade no tempo, pode-se supor que toda aprendizagem é primeiramente uma criação.
Encontramos na literatura vários conceitos e definições sobre criatividade que apontam para uma capacidade humana, que gera um tipo de pensamento divergente, tem como base experiências anteriores e resulta em algo produtivo para o indivíduo ou para a sociedade. O contexto sócio-histórico-cultural pode fomentar ou inibir a criatividade.
Sem dúvidas a memorização é importante, mas o desconhecimento de características de personalidade e da forma de agir e se expressar, metodologias de ensino que estimulem formas de pensamento divergente e canalizem o agir para mudanças positivas também representam um obstáculo para o desenvolvimento do potencial criativo dos alunos.
Muito bom o exemplo dado da depressão,onde o aluno poderia também responder que depressão é aquela informação colocadas em placas de algumas estradas."depressão na pista".
ExcluirEsse tema me remete a um dos conceitos mais caros à Literatura: "saber de cor". Para muitos "de cor" significa decorar/ memorizar, mas isso não é verídico no âmbito literário... Saber de cor significa guardar no coração aquilo que realmente entendemos como importante para nós. Por isso, cada vez que lhe for solicitado você consegue verbalizar com muita clareza e com detalhes tais informações! Isso implica em dizer que o conhecimento está intrinsecamente ligado ao nosso lado afetivo. É preciso que se exercite isso nos alunos. O prazer em ensinar perpassa pelo prazer em aprender. Nas minhas aulas de Literatura, procuro relacionar conceitos de estilos literários aos sentimentos que estavam em voga naquela determinada ocasião, mesmo que tenham ocorrido em séculos anteriores. Os sentimentos não mudam! Percebi que quando passei a fazer correlações entre aquele passado muito distante com a realidade vivenciada pelos alunos, o interesse pela aula aumentou bastante. O conhecimento é transmitido, mas ficou muito mais próximo do aluno que posteriormente consegue fazer suas próprias conjecturas... A música tem sido um instrumento muito utilizado em minhas aulas. Ela ajuda a recordar as explicações, então o conhecimento adquirido passa a ser aprendido e não decorado!
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ResponderExcluirEm minhas aulas, a afetividade e a sensibilidade,são primordiais para o desenvolvimento de valores positivos em nossos alunos,por isso a memória e a recordação de fatos do cotidiano e do conhecimento transmitido ao longo da história, bem como suas experiências pessoais somadas,favorecem a construção desses valores.Quando o aluno aprende aquilo que recorda, ele consegue relacionar o conhecimento com o que já sabe,por isso valorizar o que cada aluno traz é importante na aprendizagem e no aumento de sua curiosidade e criatividade, estimulando-os a aprender ainda mais.
ResponderExcluirA aprendizagem sofre forte influência das emoções, pois dependendo do estado emocional as informações não são recebidas de maneira eficiente. As emoções influenciam no registro das memórias,só lembramos aquilo que gravamos, aquilo que foi aprendido, cabe ao professor procurar selecionar a melhor didática a ser trabalhada, visando a assimilação e compreensão do conteúdo para que ambos construam o conhecimento.
ResponderExcluirA memória é a base de todo o saber - e, por que não dizer, de toda a existência humana, desde o nascimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada. É ela que dá significado ao cotidiano e nos permite acumular experiências para utilizar durante toda a vida.
ResponderExcluirEstão provadas, por exemplo, as vantagens de estabelecer ligações com o conhecimento prévio do aluno ao introduzir um novo assunto e de trabalhar também a emoção em sala de aula. O cérebro responde positivamente a essas situações, ajudando a fixar não somente fatos, mas também conceitos e procedimentos.
Quando uma informação é resgatada da memória, trilha os mais variados caminhos. Se eles já tiverem sido percorridos anteriormente, a recuperação de conhecimentos será simples e rápida. O que não tem nada a ver com decoreba.
Não tem como separar dentro de uma sala de aula o aluno dos seus sentimentos, emoções e vivências fora da escola. Para se obter uma boa aprendizagem ao meu ver é preciso ter a sutileza de tentar entender o estado emocional daquela pessoa, conseguindo assim, talvez aproximar mais o docente do discente. Não esquecendo de estar sempre colocando todo o conteúdo conteúdo em exemplos do cotidiano daquela comunidade escolar.
ResponderExcluirEu sempre tento passar para os alunos meu lado humano e que faço varias coisas que eles também fazem. Isso estimula a aprendizagem e começam a me ver com outros olhos. Isso estimula a memorização e o interesse em aprender.
ResponderExcluirO aspecto emocional do aprendiz é, sem sombra de dúvida, um componente importante no processo de aprendizagem. Um estudante compreenderá melhor o conteúdo pedagógico se ele estiver emocionalmente bem.
ResponderExcluirLembramos daquilo que nos causa emoção; seja ela boa ou não. Isso também acontece no processo de assimilação e aprendizagem. Se me lembro de algum conhecimento adquirido nos meus anos de escolaridade, certamente é porque uma simples fagulha de emoção acendeu em mim nequele momento. Nossa memória é acessada ou não por uma determinada informação recebida.Quando acessada, aciona a nossa emoção e então é armazenada.
ResponderExcluirDigo, aciona a nossa emoção e a informação é armazenada.
ResponderExcluirEducar é um desafio constante. E eu diria que a emoção é o principal fator no processo de ensino aprendizagem. Nem sempre o aluno saberá relacionar o conteúdo apresentado pelo professor com suas vivências,com o seu cotidiano. Por isso acredito que o afeto é a maneira mais eficaz de aproximar os sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem. O aluno terá um ouvido "mais atento" ao professor se existir entre os dois um vínculo afetivo. E é através dele que as portas do saber e da prática do bem se abrem.
ResponderExcluirBoa noite, caros colegas!
ResponderExcluirA memória e a aprendizagem estão intimamente relacionadas, de modo que não há aprendizagem sem memória.
Em sala de aula, esse processo complementar se desenvolve por meio da sensibilização das experiências. Quando aprendemos algo, fixamos os conteúdos na memória, que armazena a informação para uma possível utilização futura. Assim, uma melhor forma de favorecer o processo aprendizagem x memorização x emoção é trazer a novidade, pois conexões novas mudam o nosso modo de ver o mundo.
Grande abraço, Silvia
Digo, sem memorização*
ResponderExcluirProfessores são artistas, mestres da dificílima arte de captar as atenções de jovens e o seu palco é a sala de aula. Ninguém que não seja um profissional da área de ensino saberia calcular quanta criatividade e malabarismos são necessários aos professores para que alunos assimilem conteúdos muitas vezes bastante áridos. A afirmação do professor Ivan Izquierdo é, portanto, mais do válida pois, de fato, “Somos aquilo que recordamos”. E cabe ao professor o papel de protagonista desse processo, pois ele diariamente usa os seus dons e técnicas para que seus alunos entendam, recordem e, de preferência, não esqueçam o que será necessário no futuro. Logo, não é tarefa fácil notar diferenças entre diferentes alunos, conseguir o melhor resultado de aprendizagem tendo em vistas as diferenças de nível de maturidade e interesse desses rapazes e moças, diagnosticando desde traumas familiares até potenciais e vocações a serem estimuladas. Esse é o trabalho diário de milhares de docentes ao longo de suas longas carreiras. Sem dúvida trabalho dos mais árduos, pleno de enormes dificuldades e muito raramente reconhecido ou recompensado pois, em geral, a retribuição é dada a estes profissionais, muito mais tarde, pelos próprios alunos que conseguiram captar seus ensinamentos e orientações e construir assim as suas vidas. Profº Eduardo
ResponderExcluirOlá, pessoal.
ResponderExcluirRealmente, quando exaltamos as nossas emoções e expressamo-nas no cotidiano, recordamos os aspectos tanto positivos quanto negativos da nossa vivência, e por que não relacionar à nossa aprendizagem em sala de aula?
Hoje, o aluno tem sua liberdade muito mais expressada frente às novas tecnologias e modalidades de ensino, nas quais o professor busca o desenvolvimento de um trabalho pautado no cotidiano e nos problemas-chave que ambos trazem para a sala de aula.
Quando tratamos de histórias de vida, os traços que marcam a vida escolar de um indivíduo sempre são remetidas à uma memória prazerosa, ou traumática. Sendo assim, as emoções são um ponto primordial para que as relações de ensino-aprendizagem se estabeleçam da melhor forma possível.
Torçamos para que as positivas sempre tomem um lugar especial na memória e na trajetória escolar dos nossos alunos.
Abraços,
Janaina.
Sempre tomo como referência Proust e suas madeleines, a memória involuntária sendo acionada por simples cheiro dos biscoitos frescos. Assim também ocorre comigo quando consigo lembrar com clareza estranhíssima o perfume de uma professora que tive na infância, mesmo sem lembrar do seu nome ou do seu rosto. Memória, emoção e aprendizagem, sem dúvida, andam juntas. Uma estratégia interessante é sempre trazer o conteúdo para a realidade vivida pelo aluno, fazendo transportar teoria para a prática de forma significativa, fazer com que o aluno preencha as lacunas com suas próprias emoções e experiências. Como professora de literatura, procuro sempre os textos que possam ter efeitos catárticos nos alunos, seja pela identificação positiva ou negativa. Confesso que num mundo de currículo mínimo, isso é um pouco complicado. No mundo ideal, poderia ler, na íntegra, com os alunos o livro "Ler, escrever, fazer conta de cabeça", de Bartolomeu Campos Queirós, livro memorialista e autobiográfico em que ele diz "morfina" ter sido a primeira palavra que aprendeu a ler, em decorrência da doença de sua mãe. Deixo esse trecho da contracapa do livro:
ResponderExcluir“O tempo amarrota a lembrança e subverte a ordem”. Texto significa aquilo que se tece. A narrativa da memória reconstrói o tempo como recuperação do vivido, entremeando fatos, devaneios, sonhos e sentimentos. Busca, no poço fundo do esquecimento, o que foi vida e permanece como reminiscência. Seu conteúdo é infinito, pois escapa dos estreitos limites da realidade objetiva. Na reconstrução rememorativa do passado, debatem-se lembrança e esquecimento. “Um acontecimento vivido finito, encerra-se na esfera do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é a chave para tudo o que veio antes ou depois”, afirma Walter Benjamin ao analisar a memória involuntária em Proust. A unidade do texto não está na pessoa do autor e muito menos na ação, mas no puro ato de lembrar. (OLIVEIRA, 1996)
O aluno precisa de estímulo constante durante as aulas para que se sinta motivado a fazer as atividades. Quando não enxerga significado e funcionalidade para a sua vida numa atividade proposta, o aluno não fixa o conhecimento passado e muito menos a guarda na lembrança. Procuro, ao lecionar minha disciplina, dar exemplos ao explicar a matéria e propor atividades inesquecíveis, a fim de que os meus alunos consigam acionar as lembranças do que foi feito em aula e as utilizem no momento necessário, como durante a realização de provas do Enem, concursos ou simplesmente na vida. Penso que o afeto e a criatividade são muito importantes para que o aluno de fato fixe e aprenda novos conhecimentos.
ResponderExcluirRealmente é muito mai fácil assimilar o conteúdo dado quando ele é trabalhado com emoção, afeto, de maneira descontraída, ou seja, algo que ele goste, que vá relacionar ao que foi ensinado. Lembrando que "decorar" não é de fato aprender, e sim um dos processos para o aprendizado.
ResponderExcluirEm suas teses sobre epistemologia (teoria do conhecimento), Aristóteles destaca em sua teoria empirista que a memória é um dos pilares do nosso acesso ao conhecimento. Para Aristóteles, todo conhecimento começa com a experiência, e a experiência é constituída pela sensação e memória. As sensações são os dados produzidos por nosso contato com as coisas, à medida que temos experiências são produzidas sensações. E a memória é o armazém desses dados que constituem nossas experiências e conhecimentos. A partir da experiência pode-se produzir conhecimentos mais elaborados como as artes e ciências. Penso que é estratégia importante para aprendizado e memorização buscar mostrar a importância do conteúdo que é estudado.
ResponderExcluirAlunos precisam ser estimulados constantemente. A decoreba não é algo que realmente funcione, visto que uma vez que o aluno tenha aprendido o conteúdo,colocá-lo em prática torna-se mais agradável o aprendizado.
ResponderExcluirMaturana (biólogo) desenvolve a teoria da biologia do conhecimento. Auto poiese é a teoria do produzir-se continuamente. Antes de agir, há a vontade, o “animus”. A linguagem mexe na nossa fisiologia. Às vezes a emoção não é transmitida pela linguagem. A indiferença aniquila com o ser humano. Maturana diz que nós nos relacionamos com tudo que está no mundo. Cada pessoa, cada objeto nos modifica. A aprendizagem é a reciclagem da memória. Aprendemos – retemos na memória – acomodamos e mantemos através da recursão. Retroalimentação. Recursão – constituir a cognição através das redes de cognição utilizando a conversação – emoção – linguagear. Para Maturana o início está na emoção. A inteligência é um atributo do grupo. Um contamina o outro. A inteligência não está em um só. Às vezes, sinto-me representando para prender a atenção do aluno, porque a falta de atenção é uma constante na sala de aula. Conto histórias fictícias com exemplos que sirvam para o cotidiano do educando e também para emocioná-los de alguma maneira.
ResponderExcluirPenso que é bem interessante essa questão de levar a realidade do aluno pra a sala de aula e concordo muito com o texto. Embora tenhamos poucos recursos para que isso funcione, eu costumo usar fotos da família do próprio aluno quando explico vocabulário com os membros da família e objetos que tenham valor sentimental para que eles pratiquem Used to por exemplo.
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ResponderExcluirÉ fundamental que o estudante recorde não apenas o que vivenciou, mas também os momentos marcantes da história da humanidade, sejam eles positivos ou negativos, para que recorde as glórias e também o sofrimento das pessoas, ajudando a manter viva essa memória para evitar que episódios tristes e lamentáveis se repitam.
ResponderExcluirÉ papel do professor recordar esses momentos, ajudando que as futuras gerações conheçam e possam recordar das glórias e lutas do seu povo.
Acho de fundamental importância recordar com emoção das coisas, pois elas se tornam mais orgânicas e verdadeiras... Eu sempre utilizo de exemplos pessoais ou proximos da realidade do aluno pois o aproxima daquilo e facilita que ele recorde do assunto...
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