terça-feira, 27 de junho de 2017

Construção de Identidade




Atualmente se espera muito dos jovens ao considerar que o nível de informação e troca de ideias tem-se intensificado na modernidade. Muitos conceitos que eram considerados tabus há algumas décadas evoluíram para um tratamento informal e até mesmo, exageradamente, aberto entre os jovens e seus familiares.
Um exemplo clássico é a questão da sexualidade (parece não haver mais privacidade nos relacionamentos). Nesse sentido falar de trabalho, de realizações profissionais e pessoais, de planejamento econômico pode ser algo corriqueiro, conforme haja mais diálogo na família ou não.
A construção da identidade do jovem pode estar relacionada  às ideologias dominantes em nossa sociedade. Além disso, há outras questões que devem ser discutidas, como as diferenças culturais e sociais.
Como fazer para discutir o questão da construção da identidade dos jovens, sem que se caia no senso comum?

17 comentários:

  1. É importante trabalhar primeiramente temas como respeito a orientação sexual de cada um, Bullying, intolerância religiosa, a importância do movimento feminista. Para posteriormente trabalharmos temas voltados para carreira, pois é muito mais importante formar cidadãos respeitosos para uma sociedade melhor. E a partir dessa base desenvolvermos futuros profissionais.

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  2. Na sala de aula, é importante estabelecer limites quando o adolescente adota uma postura de confronto para se afirmar ou quando transforma o professor em referência masculina, feminina ou de comportamento. No primeiro caso, deve-se escutar o que o adolescente tem a dizer - valorizar sua voz é abrir as portas do diálogo -, mas também apontar as normas de conduta da instituição e do convívio civilizado. No segundo, a melhor saída é chamar a atenção para aquilo que há de positivo no comportamento do próprio jovem. Assim, ele poderá começar a reconhecer nele mesmo traços da identidade que constrói.
    O diálogo é fundamental para o exercício desta construção além de exercitar o respeito à diversidade e à autonomia. A autonomia não se dá, se conquista. Para ser autônomo há que se ter confiança. A confiança se adquire através de uma boa preparação, e esta preparação é decorrente do exercício da ação dialógica. Todo este processo favorece a criatividade, tão fundamental na construção da identidade.

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  3. A adolescência é uma fase importante no processo de reafirmação da identidade pessoal, da identidade psicossocial e da identidade sexual. Erikson diz-nos que o sentimento de identidade é o sentimento interior de ser o mesmo ao longo da vida, trespassando mutações pessoais e eventualidades distintas. Os adolescentes vão, através de uma crise potenciadora de energias, confrontar-se com esta problemática identitária. É também com uma certa desorientação entre progressos, dúvidas e retrocessos que se fazem importantes experimentações de confirmação do ego, na construção de identidade. Para além de uma certa confusão pela qual quase todos passam, existem por vezes situações (que também podem ser passageiras), como confusões criticas de identidade, adolescências demoradas e continuadas, interdições e perturbação de valores.
    Cada um de nós constrói o seu “eu” através das interações relacionais, reais e idealizadas. A identidade constrói-se nas experiências vividas através de um perspicaz jogo de identificações. Se na infância os nossos modelos identificatórios são os pais, na adolescência vão ser os jovens da mesma idade e os grupos de pares. As relações com os pais têm que mudar para que os adolescentes possam ascender a ideias e afetos próprios. A amizade é muito remetida ao nível dos afetos. O melhor amigo do mesmo sexo é normalmente alguém com quem se partilham grandes excitações, como um espelho estruturante onde o adolescente se reconhece reflectido, onde se vê crescer. O grupo de pares pode ter como função apresentar modelos de identificação positiva para o adolescente. Erikson refere a certeza que o grupo pode trazer às incertezas do adolescente. No entanto, pode apresentar alguns riscos negativos, sobretudo quando a relação com o grupo é de grande dependência.
    Numa época da vida em que se buscam outros universos para além dos familiares e em que as figuras parentais são tanto mais importantes quanto têm que ser reelaboradas as relações pais-filhos e com as quais há muitas vezes conflitos, existe a necessidade de outros adultos significativos. A construção da identidade passa por um processo de identificação e por um processo de diferenciação. Neste universo interativo, numa cultura jovem, constroem-se certos estereótipos grupais e sociais. Os heróis têm, no procedimento de identificação de alguns adolescentes, um papel proeminente, oferecendo imagens válidas, cultivadas colectivamente. No final da adolescência o jovem obtém uma identidade cumprida, isto é, ele será capaz de sentir uma sequência interior e um seguimento do que ele significa para as outras pessoas.
    Cada sociedade e cada cultura institucionalizam uma certa prorrogação para a maioria dos seus jovens. As instituições sociais amparam o vigor e a distinção da identidade funcional nascente, oferecendo aos que ainda estão aprender e experimentar um certo status da aprendizagem prolongada, caracterizada por obrigações definitivas e disputas promulgadas, assim como por uma tolerância especial.
    Via http://psicologiasocialfluporto.blogspot.com.br/2007/12/construo-da-identidade-na-adolescncia.html (adaptado)

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  4. Certamente devemos ir ao nível do aluno, uma vez que a construção da identidade é social e acontece durante toda, ou grande parte, da vida dos indivíduos. Devemos observar a sua inteligência, suas emoções, seus medos, sua personalidade, etc. Apesar de alguns traços desenvolvimentais serem comuns a todas as pessoas, independente do meio e da cultura em que estejam inseridas, há determinadas características do desenvolvimento que se diferem em grande escala quando há diferenças culturais. A construção da identidade é um desses fatores relacionados ao desenvolvimento que tem íntima, senão total, dependência da cultura e da sociedade onde o indivíduo está inserido.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Boa noite, caros colegas!

    Sugestão:

    O que o aluno poderá aprender com esta aula? Compreender os mecanismos ideológicos na construção da identidade do jovem.

    Conhecimentos prévios trabalhados: conceitos de ideologia e de capitalismo.

    A atividade inicial deverá ser uma pesquisa sobre diversos pontos de vista sobre o que é juventude, quais suas características, seus direitos e deveres de acordo com os pais, pessoas da comunidade, educadores e os próprios jovens.

    O professor poderá dividir a turma em grupos e cada um apresentará sua pesquisa, podendo ser organizadas em forma de áudios, vídeos, relatos orais, etc.

    Levantados os dados com a turma, procurar identificar o problema central que norteará a aula. Sugestão:

    • Compreender os mecanismos ideológicos na construção da identidade do jovem.

    • Identificar como a sociedade interfere nas escolhas pessoais do jovem e na identificação com um padrão estabelecido.

    • Analisar quais condições são oferecidas ao jovem para seu planejamento de vida diante de suas escolhas pessoais.

    A construção da identidade do jovem pode estar relacionada com as ideologias dominantes em nossa sociedade, tais como viver o momento presente, aproveitar a vida, assim como o posicionamento religioso, diferenças culturais e sociais. Estas, entre outras questões, são temas importantes para serem discutidos em sala de aula.

    O professor mediador precisará cuidar para que as discussões não fiquem no senso comum ou centradas em opiniões pessoais. Para que isso não ocorra, a seleção de textos e um trabalho multidisciplinar com as disciplinas Língua Portuguesa, História e Sociologia serão fundamentais.

    Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br

    Abçs, Silvia

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  7. Eu tomaria como iniciativa o recurso do filme ou documentário. "Escritores da Liberdade" é um excelente filme que aborda várias questões pelas quais os adolescentes passam. É um diálogo bastante atual. Ouvir a opinião dos alunos, gerada a partir de um debate, é fundamental para que o professor exerça o papel de mediador nessa questão. Percebo que o respeito deve ser trabalhado constantemente. Os alunos precisam de fato entender que possuem um lugar na sociedade e necessitam de esclarecimentos, para que consigam se posicionar e consequentemente enriquecer os seus conhecimentos. E como bem ressaltou a professora Diana, enfatizar temas voltados para a carreira passa a ser vital nessa sociedade voraz, que estamos vivendo.

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  8. As identidades dos jovens são construídas a partir da interação humana, ao se compartilhar objetivos, regras e valores, entre outros, exercendo uma influência considerável em suas motivações.

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  9. O processo de construção da identidade de um jovem é bastante complicado.O adolescente, primeiramente, precisa aprender a lidar com a ansiedade gerada pelas transformações corporais próprias da puberdade. A "perda" de referência dos pais também provoca insegurança: ele passa a ter mais autonomia e isso implica em reconhecer os próprios limites. Nessa fase de transição é fundamental o papel da família mantendo o diálogo e o afeto.

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  10. Assunto: Dinâmicas Identidade e Valores
    Minha bandeira pessoal


    Esta dinâmica toca num assunto vital para os jovens. Pode ser trabalhada na escola ou nos grupos, podendo ser adaptada à realidade específica.

    Objetivo: Possibilitar aos participantes a identificação das suas habilidades e limitações.

    Material necessário: Fichas de trabalho, lápis preto, lápis de cor, borrachas.

    Descrição da dinâmica:

    1. Grupo espalhado pela sala. Sentados. Dar a cada participante uma ficha de trabalho. Distribuir o material de desenho pela sala;

    2. Explicar ao grupo que a bandeira geralmente representa um país e significa algo da história desse país. Nesta atividade cada um vai construir sua própria bandeira a partir de seis perguntas feitas pelo/a professor/profesdora;

    3. Pedir que respondam a cada pergunta por intermédio de um desenho ou de um símbolo na área adequada. Os que não quiserem desenhar poderão escrever uma frase ou algumas palavras, mas o professor deve procurar incentivar a expressão pelo desenho;

    4. O professor faz as seguintes perguntas, indicando a área onde devem ser respondidas:

    - Qual o seu maior sucesso individual?
    - O que gostaria de mudar em você?
    - Qual a pessoa que você mais admira?
    - Em que atividade você se considera muito bom?
    - O que mais valoriza na vida?
    - Quais as dificuldades ou facilidades para se trabalhar em grupo?

    Dar cerca de vinte minutos para que a bandeira seja confeccionada;

    5. Quando todos tiverem terminado, dividir o grupo em subgrupos e pedir que compartilhem suas bandeiras.

    6. Abrir um debate para comentar o que mais chamou a atenção de cada um em sua própria bandeira e na dos companheiros. Contar o que descobriu sobre si mesmo e sobre o grupo.

    7. No fechamento do encontro, cada participante diz como se sente após ter compartilhado com o grupo sua história pessoal.


    Comentários:

    1. Tomar consciência das suas habilidades e limitações propicia um conhecimento mais aprofundado sobre si mesmo, suas habilidades, facilitando as escolhas que precisa fazer na vida;

    2. Feita dessa forma, a reflexão torna-se prazerosa, evitando resistências. É um trabalho leve e ao mesmo tempo profundo. Permite que o grupo possa entrar em reflexões como a escolha profissional.

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  11. Vivemos hoje numa sociedade altamente globalizada em que tudo é muito dinâmico, instável e flexível, quer a nível profissional, econômico ou político, como tal as identidades tornam-se também instáveis e susceptíveis as escolhas que cada individuo efetua. Ao mesmo tempo em que surgem as mudanças sociais, a alteração de valores e padrões que regem uma sociedade, assim também os indivíduos têm poder para moldar a sua própria identidade.

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  12. Acredito que precisa ser trabalhado muito as questões de respeito, limite e tolerância com o outro , entender a diferença entre o que pode ser uma brincadeira e o que é falta de respeito. Compreendendo que cada ser é único, sendo assim haverá inúmeras diferenças entre os mesmos. E é muito importante essas questões serem trabalhadas com os jovens.

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  13. O jovem precisa ser apoiado e orientado para que consiga descobrir sua identidade. É lógico que a família e a escola possuem papéis fundamentais no processo de construção de identidade do aluno, mas cada indivíduo é responsável por suas escolhas e precisa passar por essa experiência em busca do próprio conhecimento e crescimento. Como a adolescência é um período decisivo da vida, o aluno precisa ter todo apoio e toda informação possível.

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  14. No que concerne à questão profissional, seria muito útil a realização de um teste vocacional, sobretudo para as turmas de ensino médio, para que o aluno consiga descobrir sua vocação, já que, normalmente, vivem uma fase de dúvidas e incertezas sobre o futuro.

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  15. Achei esse artigo interessante:
    A Construção da Identidade
    1. 1. A construção da identidade
    2. 2. As alterações próprias da adolescência são universais, pois são vividas por todos os rapazes e raparigas em qualquer parte do mundo. Em muitas culturas a fase da adolescência é encarada como etapa de preparação para o futuro e para o seu papel no mundo dos adultos.
    3. 3. Essa passagem é facilitada pela organização de uma série de rituais em que os adolescentes se confrontam com situações inesperadas, no sentido de porem à prova a sua coragem, a sua astúcia, os seus limites. Os rituais de iniciação são cerimónias (actos, provas) que, solenemente e aos olhos de todos, introduzem o adolescente na vida comunitária, social e simbólica do grupo, da comunidade. Ele passará a ser adulto, mas antes terá de mostrar a sua coragem, perseverança e sentido de responsabilidade.
    4. 4. Na sociedade ocidental moderna os ritos de iniciação ou não existem ou não são tão evidentes como noutras sociedades. Mas todo o adolescente quer, à sua maneira, fazer este processo de afirmação do seu ser adulto. Fá-lo normalmente através de infracções às regras estabelecidas ou pelo menos através da assunção de outros papéis: começa a fumar, quer conduzir uma moto ou um carro, sai à noite com os amigos, seduz e deixa-se seduzir... são, na sua opinião, uma prova de que se tornou adulto.
    5. 5. Contudo, alguns destes rituais podem ser perigosos; há que avaliar se vale mesmo a pena experimentar tudo! Estimulado pela necessidade de agradar, o adolescente parte à conquista de um estilo original voltando toda a sua atenção para as roupas, para o cabelo e para objectos que possam realçar a sua personalidade (telemóvel, tatuagem, piercing...). Usam, por vezes, uma linguagem secreta, sendo uma das formas que encontram de excluírem o adulto e de se sentirem seres à parte; isso dá-lhes, por vezes, um ara de conspiradores, satisfaz as suas fantasias assim como o gosto pelo mistério.
    6. 6. Nesta etapa, o adolescente prepara-se para viver com maior plenitude e autonomia. Até há pouco tempo, o rapaz e a rapariga dependiam em tudo ou quase tudo dos pais e agora, começam a pensar e a agir de forma pessoal e afirmativa. A procura da autonomia
    7. 11. O risco faz parte do crescimento. Tem como função testar os limites, reajustar fronteiras na construção e afirmação da identidade. A adolescência é a espantosa oportunidade de se afirmarem escolhas, de se realizarem fantasias, de se ensaiarem modalidades, de se explorarem realidades. A sabedoria do adolescente está no facto de saber viver no equilíbrio entre o risco necessário para a construção do futuro e o risco perigoso e inútil. Identidade e risco
    8. 12. A necessidade de pertença e a vontade de ser aceite levam frequentemente à utilização de estratégias tendo em vista à conquista de um lugar entre os pares.  Fazer-se passar por aquilo que não se é.  Agir de forma fictícia.  Ter uma obsessão doentia para atingir um ideal de beleza (bulimia, anorexia, praticas desportivas violentas, ingestão de substâncias proibidas). Conquista da aceitação social.

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  16. O tema da construção da identidade é bastante complexo e apresenta variados olhares teóricos. Uma sugestão é trabalhar conceitos mais genéricos de psicologia e sociologia com os alunos, a fim de ilustrar a ideia de construção da identidade, que pode se mostrar muito abstrata para eles.
    Assim, seria interessante promover uma conversa entre os alunos, buscando definições, exemplos e referências da própria vivência deles, para posterior pesquisa, produção de texto e dramatização.
    A atividade seria realizada da seguinte forma:
    1. contextualização e teoria - psicologia e sociologia
    2. discussão em sala de aula e levantamento de informações e de ideias
    3. divisão dos alunos em eixos temáticos: construção de identidade de gênero, construção de identidade negra, construção de identidade cultural, construção de identidade na adolescência, influência da moda, da mídia, do mercado e da ideologia capitalista.
    4. produção de texto dramático
    5. produção de dramatização: pequenos esquetes que demonstrem o tema estudado

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  17. Com a construção e desenvolvimento do censo crítico em relação a todas as informações e consequentemente, as influências exercidas tanto na midia como mas redes sociais. Em alguns casos, a família não exerce muito poder sobre os adolescentes na formação da sua identidade.Isso é grave. A escola pode ajudar.

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