domingo, 15 de outubro de 2017

Dia do Professor

https://www.youtube.com/watch?v=-ln2A0fkA78


O Dia dos Professores está chegando. Nesta semana somos convidados e convidadas a pensar a nossa carreira, nossa trajetória, nossos caminhos, nossa profissão de forma geral. Para tanto, convidamos você a assistir uma entrevista. Nela, o filósofo Gilles Deleuze faz uma reflexão sobre os sentidos de uma aula. Assista o vídeo e mergulhe nos pensamentos deste renomado pensador. Após assisti-lo, faça você mesma(o) uma reflexão sobre sua prática docente, buscando paralelos entre a fala do filósofo e o seu trabalho enquanto professor(a). E, em tempo, parabéns pra nós, porque nós merecemos!

8 comentários:

  1. Concordo quando o filósofo Gilles Deleuze diz que, o que serve para um, não serve para o outro. Temos alunos muito diferentes uns dos outros, não podemos querer que eles se interessem pelas mesmas coisas sempre.
    Uma aula tem muitos objetivos, se apenas um for alcançado, podemos dizer que valeu à pena. Uma aula ruim, se assim podemos dizer, é uma aula em que tudo do que foi dito, não serviu de nada a ninguém.
    Sinto isso todos os dias em sala de aula, em alguns momentos acho que não estou sendo ouvida por nenhum deles. Em outros, vejo meia dúzia atenta ao que eu digo. Nas aulas mais práticas, onde o assunto parece ser mais interessante, vejo a turma quase inteira prestando atenção, participando e interagindo.
    Só que não podemos esquecer, que as aulas são feitas de teorias também, não me vejo capaz de ensinar os conteúdos propostos somente na prática. O ato de ensinar não é nada fácil, continua buscando formas de ser ouvida e compreendida.

    ResponderExcluir
  2. Pensar como o filósofo Deleuze é permitir-se, uma vez que o saber se constitui em um movimento contínuo entre o docente e o discente.
    Com o filósofo, aprende-se que a constituição do saber se dá numa dinâmica que tende a construir conceitos e que na realidade nunca é a mesma. Neste processo, o professor nunca está sozinho, pois suas fontes, suas experiências, suas negações, constituem, em seu conjunto, parte da sua prática.
    Dar aulas, não é adestrar, como menciona o estudioso referindo-se a Nietzsche, mas fazer associações com outras “paixões” trazidas pelos alunos, provocando a motivação, o sentido da vida com uma história, uma música, uma piada...
    Dar aula é provocar o sentido da vida.

    [...]

    ResponderExcluir
  3. No trabalho docente, a reflexão sobre a ação torna-se fundamental e necessária para possibilitar uma atuação mais ampla e consistente da prática pedagógica. Com isso, podem ser reavaliadas concepções ingênuas, como a de que ensinar é tarefa simples, bastando apenas um bom conhecimento da matéria para que o educador possa desenvolver seu trabalho com êxito, ou, então, a de que o aluno é o único responsável por seu eventual fracasso escolar.
    Atuar como professor significa fazer parte de um processo que demanda competência técnica e compromisso ético-político em relação à análise, seleção e interpretação e avaliação
    de conteúdos, bem como à maneira mais eficiente para a sua transmissão, comprometendo-se em encaminhar os estudantes a serem os principais responsáveis pelo próprio conhecimento. Caso contrário, o professor agirá contra os interesses sociais e, acima de tudo, não contribuirá para a formação de
    indivíduos autônomos, responsáveis e participantes, conscientes de sua função social.

    ResponderExcluir
  4. Na aula, o educador necessita manter estreita relação com os alunos para que possa aprender os conhecimentos que o aluno assimilou na sua pratica social não escolar e os conhecimentos apropriados durante o desenvolvimento do currículo escolar.
    A aula tem um projeto, pensa no imediato e também lá na frente, em como será o sujeito quando adulto, e como será a sociedade em que ele vai viver. A aula tem um compromisso ético, de ensinar a respeitar o mundo em que a gente vive.

    O papel da aula na formação política e científica, nos leva a entender como um processo dialético, ou seja, se condicionam por múltiplas contradições. São elas:

    Essas contradições se manifestam no processo ENSINO-APRENDIZAGEM, onde não podem ser afastadas das situações didáticas, pois é a partir delas que é possível criar novas situações para serem atendidas em sala de aula.

    É preciso insistir nesta acepção de aula, para que toda a sociedade possa exigir da educação escolar um caráter científico.

    Esse princípio de cientificidade se materializa nas atividades didáticas quando buscamos e realizamos a conexão entre o concreto e o abstrato.

    O avanço científico e tecnológico alcançado pela sociedade traz, novas necessidade de aprendizagem, que desautorizam o entendimento do conceito de aula apenas como um lugar onde se ensina a lição.

    O ensino necessita ser desenvolvido no sentido de oportunizar aos alunos condições políticas e pedagógicas de aprender a pensar e aprender a aprender, não nos moldes só escolanovismo, mas na reciprocidade teoria-prática, forma-conteúdo, pensamento-ação.

    As aulas necessitam proporcionar aos educandos, capacidades e habilidades de aprendizagem, sendo a criticidade e a criatividade.


    A aula tem um ponto de partida inspirado naquilo que o aluno já domina e naquilo que não domina.

    A concepção de aula segue alguns princípios, pelo somatório dialético de algumas preocupações que subsidiam o ato didático.
    Além das preocupações expostas anteriores, o educador necessita posicionar-se politica e pedagogicamente sobre o emprego das novas tecnologias de informação – comunicação como recursos auxiliares de ensino. Tendo o cuidado que a escola não pode ignorar essa nova realidade que cresce aceleradamente, mas não pode também incorporá-la em suas estratégias curriculares de modo arbitrário.

    Entender o conceito de aula como um processo relacional crítico é condição emergente para os educadores e educandos assimilem e objetivem materialmente o trabalho docente e o trabalho discente no processo de escolarização da sociedade do conhecimento, como um dos saberes necessários à práxis pedagógica.

    Adaptado de: https://prezi.com/vpzc4xk4uriy/o-conceito-de-aula-um-dos-saberes-necessarios-a-praxis-peda/

    ResponderExcluir
  5. Sempre ouvi falar do filósofo Deleuze nas aulas de Linguística na faculdade. Em discussões que abordavam sobre a dinâmica do discurso.
    O que percebo atualmente é que há uma mudança significativa no comportamento dos discentes em relação às aulas. Isso, consequentemente, reverte nas aulas ministradas por cada um de nós. Quando penso em minha prática pedagógica, avalio que ela é um constante diálogo com o comportamento da turma. Deleuze fala sobre a aula que convém, pois nem todo conteúdo"interessa" a todos de maneira uniforme. Cada um retém os conhecimentos de acordo com a necessidade que se apresenta.
    De fato, tento realmente, através das aulas, "alcançar" o sentido dos conteúdos para os alunos. Mas percebo que esse trabalho está se tornando cada vez mais árduo. Os alunos estão passando por uma espécie de "inércia coletiva". Isso significa que preciso ressignificar os conteúdos ministrados com uma frequência maior a cada ano que passa.
    Dessa forma, o lado positivo dessa situação é nos impulsionar para que a rotina não sugue a arte mais bela do mundo que é a de transmitir e compartilhar o conhecimento com as experiências que são nos apresentadas através das pessoas com que lidamos.

    ResponderExcluir
  6. Educar é algo complexo . o ser humano só para para prestar atencao por aquilo que é te seu interesse. E nem tudo que um professor ministra na sua aula vai ser de interesse para todos os alunos. Por isso a dificuldade de um professor em deter a atenção de todos dentro de uma sala de aula.
    Mais o lado positivo da situação é que temos temas diferentes para ser abordados e de formas diferentes para serem ministrados . Com isso se um determinado grupo não se interessou por um tema é provável que um outro tema ele tenha interesse. Apesar de certas situações incomodarem muito os professores ,porque gostaríamos que em todas as aulas toda a turma presta se atenção. Temos que entender que nem tudo é do interesse de todos.

    ResponderExcluir
  7. O vídeo é brilhante! E o trecho "Uma aula é emoção.É tanto emoção quanto inteligência" é bastante pertinente. Acredito que o maior desafio de um educador seja atrair e manter a atenção do discente. Assim, procuro sempre ministrar minha aulas de forma bem humorada e tentando estabelecer um laço afetivo com os alunos. Confesso que tal tarefa tem sido cada vez mais difícil, pois alunos e professores encontram-se cada vez mais desmotivados diante de uma política pública educacional de abandono.

    ResponderExcluir
  8. O principal ponto da fala de Deleuze é a relação entre aprendizagem e emoção que ele estabelece. Em suas palavras: "Uma aula é emoção. É tanto emoção quanto inteligência. Sem emoção, não há nada, não há interesse algum." Trazendo essa fala tão lúcida para a reflexão sobre a nossa prática docente, percebemos que é exatamente isso: uma aula fracassa quando não há afetamento, quando não há envolvimento entre o professor e os alunos, quando não há emoção. E essa emoção pode se manifestar de diversas maneiras - seja pela força empática, seja pela identificação, ou até mesmo pela catarse. Uma aula verdadeiramente modificadora, transformadora, deve ser catártica. Talvez esse seja nosso maior desafio!
    Para dar continuidade à reflexão, deixo também um vídeo bem legal que pensa sobre a trajetória do sistema escolar:
    https://www.youtube.com/watch?v=T59mrPpKqAI

    ResponderExcluir